«Hoje e na data em que se assinalam os 140 anos da partida de 176 crianças, 110 mulheres e 133 homens do Funchal para o Havai, no veleiro britânico “Ravenscrag” e onde chegaram a 23 de Agosto, temos a maior honra de celebrar esta parceria que possibilitará, precisamente, reavivar a memória e aprofundar o conhecimento sobre a influência da Madeira na história e cultura daquele arquipélago». A afirmação é da Secretária Regional do Turismo e Cultura, Paula Cabaço, que hoje, na Casa Museu Frederico de Freitas, assinou um protocolo de cooperação com a Associação Cultural e Musical Xarabanda, no valor de 25.000 euros, precisamente destinado a apoiar o projeto “Do Braguinha ao Ukulele – uma viagem de 140 anos”, também hoje apresentado e que se encontra integrado nas comemorações alusivas aos 600 Anos do Descobrimento das Ilhas da Madeira e Porto Santo.
Um projeto que, inclui, entre outras atividades, um concerto de entrada livre, no Centro de Congressos da Madeira, Oficinas de formação e conferências sobre a ‘História do Ukulele’ e a emigração madeirense para o Havai.
«Através da inclusão desta iniciativa da Associação Xarabanda na programação das comemorações dos 600 Anos, estamos a fomentar o conhecimento e a partilha do nosso passado e da nossa história, particularmente junto das novas gerações mas, também, junto dos turistas que nos visitam», disse, na ocasião, Paula Cabaço, reforçando que esta «é, sem dúvida, um exemplo da desejada valorização da nossa memória coletiva, da nossa identidade, do nosso arrojo e persistência e, no fundo, do que nos distingue enquanto povo, tanto cá, na Região, como nos quatro cantos do mundo».
Opinião partilhada por Rui Camacho, da Associação Xarabanda, que sublinha, precisamente e entre outros objetivos do projeto, «o de recuperar aspetos da história da Madeira, realçando-se, neste caso, a importância de um instrumento que faz parte da nossa tradição musical – o braguinha, que no passado era chamado de Machete – e, através dele, conhecer e partilhar episódios que, não sendo muito conhecidos, são, sem dúvida, fundamentais para reconhecermos não só a importância histórica como, sobretudo, a grande influência que a Madeira assumiu junto de outras culturas».
Do conjunto de atividades “Do Braguinha ao Ukulele – uma viagem de 140 anos”, destaca-se, no dia 2 de maio, pelas 21.00 horas, no Auditório do Centro de Congressos da Madeira, o concerto, com entrada gratuita, “Irmandade do Braguinha”, que contará com a participação de músicos de várias proveniências, nomeadamente, Havai, Brasil, Espanha, Cabo Verde e, claro, da Região e do Continente. Esta será a primeira vez em que se fará uma atuação em que todos estes instrumentos musicais (Braguinha/Machete – Madeira; Cavaquinho do Minho, Portugal Continental; Cavaquinho do Brasil; Cavaquinho de Cabo Verde; Timple de Canárias e o Ukulele do Havai), estarão juntos em palco. Refira-se que os bilhetes para o concerto, gratuito, podem ser levantados a partir do dia 29 de Abril, no Posto de Turismo da Avenida Arriaga ou no próprio dia do concerto, na bilheteira ou através da Associação Xarabanda.
A anteceder o concerto, decorrerá a antevisão do documentário “Legacy” de Nuno Jardim, onde serão abordadas as influências e tradições que a emigração deixou naquelas ilhas e que são um registo histórico-cultural da identidade madeirense.
No dia 4 de Maio, no Salão Nobre do Conservatório de Música da Madeira Engenheiro Peter Clode, entre as 10.00 e as 13.00 horas, terá lugar uma Oficina de formação sobre a “História do Ukulele”, por Joe Souza, músico, descendente de madeirenses. Já nos dias 6 e 7 de Maio, no Centro de Estudos de História do Atlântico – Alberto Vieira, decorrerá o colóquio “Da Madeira para o Havai”.
O encerramento deste conjunto de iniciativas terá lugar com a “Festa dos 140 Anos” na Fortaleza de São João Baptista.