As declarações são do presidente do Governo Regional, durante uma visita que fez ao infantário “Pegadas Janotas”, na Camacha, onde enalteceu a forte procura que aquela unidade escolar vem tendo. De tal maneira que no próximo ano letivo abrirão mais duas salas.
Miguel Albuquerque, questionado pelos jornalistas, não considera que este seja um investimento em contraciclo, lembrando que «a disponibilidade dos casais para colocarem as crianças na creche não tem nada a ver com o que acontecia antigamente». Hoje, disse, «os casais estão mais integrados no mercado de trabalho, pelo que o aumento de vagas para creche é sempre importante».
Quanto à quebra demográfica, lembra que é semelhante ao que está a acontecer no País. «E a inversão que está a acontecer em algumas das freguesias e concelhos tem a ver com os residentes estrangeiros. Na zona oeste da Madeira tem-se notado um aumento de crianças, precisamente fruto dos residentes estrangeiros, nas escolas do primeiro ciclo».
O líder madeirense assume que para incentivar à natalidade é preciso criar boas condições de vida aos casais», mas, acrescentou, «não se pode escamotear uma situação: as mulheres, hoje em dia, trabalham, têm uma vida mais independente, têm os filhos mais tarde». Ou seja, «nada tem a ver com a realidade antiga, quando a mulher ficava em casa e tinha os filhos aos 19 anos». «Hoje, a situação alterou-se. E ainda bem!», complementou.
«A quebra demográfica é dramática do ponto de vista da redução da população ativa, mas isso resulta, e bem, da melhoria de vida das mulheres. E isso também é significativo», lembrou.
Miguel Albuquerque considera que parte da solução passa por «reforçar os apoios sociais aos casais que querem e têm filhos». Um desses apoios «é na Habitação, por exemplo, que é um dos grandes desafios que temos agora».
«Nós estamos a investir, neste momento, 128 milhões de euros, no âmbito do PRR, em habitação. Até final do ano estarão prontas 613 habitações em todos os concelhos, sobretudo para os casais jovens. Até 2026, nesta modalidade de renda acessível, vamos ter mais 200. É um investimento significativo, que não está no “power point”, já está no terreno, a decorrer», recordou.
A estes lembra que estão para lançamento um conjunto de projetos que estão prontos, para a habitação cooperativa e para a habitação a custos controlados. «Projetos que vão colocar no mercado habitações com preços 30 a 35% mais baixos. Isto para além de outras modalidades de apoio à aquisição», acentua.
Desta forma, entende que «o problema da Habitação não se faz restringindo o mercado imobiliário, faz-se criando condições, como a Região o está a fazer, para as pessoas terem acesso à habitação a preços acessíveis».
Magda Martins é a diretora executiva e proprietária do infantário, dirigido para crianças dos 5 meses aos 5/6 anos. Tem, no presente ano letivo, três salas de berçário, uma sala de transição e uma sala de pré, totalizando 78 crianças.
Tem 20 colaboradores, das quais 5 educadoras de infância.