Sob a temática "Enfermeiros Unidos: Uma Força para a Saúde Global", o evento teve lugar nos dias 9 e 10 de maio e foi organizado por instituições de ensino de renome da Macaronésia, nomeadamente, a Universidade de Las Palmas de Gran Canaria, a Escola Superior de Enfermagem São José de Clunny de Madeira, a Universidade dos Açores e a Universidade de Santiago de Cabo Verde.
Com vista a promover o intercâmbio de conhecimentos científicos no âmbito da prestação de cuidados de enfermagem, as Jornadas pretendem fomentar a coesão das boas práticas da Enfermagem na Região da Macaronésia.
“Será a época pós-covid 19, agora que foi declarada o fim da Emergência de Saúde Pública de importância Internacional, um catalisador para a mudança ou vamos voltar aos velhos padrões anteriores, em busca do conforto que o conhecimento prévio nos dá, mesmo que se reconheça alguma ineficácia e insustentabilidade no tempo ?” foi a questão lançada por Ana Clara Silva no início da sua intervenção, no referido evento.
A diretora regional afirmou que “uma das lições que aprendemos com a pandemia Covid19 é que as intervenções de autogestão/autocuidado, são demasiado importantes para serem deixadas ao improviso e devem ser incorporadas nos cuidados de saúde de rotina”.
Neste contexto, Ana Clara Silva percorreu um conjunto de medidas que são referenciadas nos mais recentes instrumentos internacionais de governação em saúde. Fortalecer o desenvolvimento profissional de modo a munir a força de trabalho com novos conhecimentos e competências; ampliar as ferramentas digitais que dão suporte à força de trabalho; melhorar os sistemas de informação em saúde para uma melhor recolha e análise de dados são algumas das medidas emanadas pela Organização Mundial de Saúde para reforçar a força do trabalho dos cuidados de saúde.
Realçou a importância da abordagem da entidade teórica e operacional que é o Cuidado, incluindo a dimensão Autocuidado, o qual integra os comportamentos de saúde, e que deve ser assumido como um determinante de saúde e como um instrumento promotor de Saúde Pública.
Por último, a diretora regional enfatizou a necessidade de se adaptarem novos modelos assistenciais, nas Regiões UltraPeriféricas e, em especial na Macaronésia. Neste âmbito, enalteceu o percurso da Região Autónoma da Madeira, enumerando um conjunto de medidas regulamentares e operacionais que têm impacto na vida das pessoas, nomeadamente a implementação da Estratégia de Cuidados Continuados Integrados da RAM , 2021-2026 e da Estratégia Regional do Ecossistema da Longevidade, a criação da unidade do doente frágil, a criação de uma Task force interdepartamental para os Cuidados de Longa Duração e Longevidade, a criação do estatuto do cuidador informal e a sua já planeada revisão e a proposta de diploma que estabelece o Regime Jurídico dos Cuidados de Longa Duração na RAM .
Remeto ainda o link do evento e da intervenção dos vários intervenientes.
https://www.youtube.com/live/VilxJLO0cFk?feature=share