Eduardo Jesus considera que as referidas agendas “constituem dois desafios que nos vão acompanhar durante os próximos anos, de uma forma permanente e obrigatória”.
Na abertura da sessão virtual, o governante enalteceu que atravessamos “um período que é, também, motivador e de mudança e que nos vai trazer algo de novo”. Neste âmbito, referiu que “existem profundas alterações no mercado”. Do lado da oferta “verificamos ajustamentos, adaptações permanentes e a uma reação contínua que afirma a resistência do setor”.
E, por outro lado, na procura “assistimos a um retrair como nunca tínhamos visto, apresentando-se, simultaneamente, muito mais exigente”.
Maior transparência
Eduardo Jesus entende que se geram, assim, condições “para que haja uma maior transparência na relação entre a oferta e a procura”.
O secretário regional falou ainda do facto do último ano ter sido de grandes privações e igualmente de aprendizagem. “Vemos empresas a passar dificuldades; fecham-se e abrem-se destinos; e coloca-se uma enorme pressão no emprego e sobre o tecido empresarial, mas nunca como agora houve um apoio tão grande da atividade económica. Este é um socorro sem qualquer precedente”.
Recordou que a humanidade já passou por momentos que tiveram caraterísticas semelhantes a esta, “mas nunca os governos, dos diferentes países, fizeram tanto e em tão pouco tempo para salvar a economia, manter os postos de trabalho e, acima de tudo, preservar as estruturas empresariais. Esta é uma das grandes mudanças que se operou na nossa história”.
Além disso, recordou que em 2020 se juntaram esforços “jamais vistos para que a investigação e a inovação na área da ciência fossem possíveis, resultando, prontamente no desenvolvimento das vacinas”.
A confiança
Referiu ainda a grande perturbação que se deu ao nível da confiança no turismo, “um valor extraordinário que foi fortemente abalado e que nos coloca o grande desafio de a recuperar. E as questões ligadas à vertente sanitária têm aqui um grande impulso”.
Eduardo Jesus considera que tudo o que está a acontecer “é a formação de uma nova consciência, transversal aos vários países, e que tem uma equação cujas variáveis são iguais para todos os destinos. Temos de reconquistar a confiança dos viajantes. E para o fazer há que colocar em prática medidas que garantam a segurança”.
Além disso, evidenciou na referida conferência que “a capacidade de adaptação que fomos mostrando ao longo do ano anterior, através dessas mesmas medidas, verteu nos resultados que, apesar de não serem possíveis comparar com outros anos em que não havia pandemia, revelam claramente que os destinos, como a Madeira, que adotaram políticas que contribuíram para permitir esse restaurar da confiança tiveram um desempenho melhor. Mesmo a perder, perdemos menos do que aqueles destinos que não fizeram esse investimento muito centrado nas questões da segurança”.
Capacidade de adaptação
Eduardo Jesus abordou igualmente a capacidade de adaptação. Sublinhou que, neste domínio, “é preciso ter o espírito aberto e a mente preparada para a necessidade desta adaptação. Hoje é esta pandemia e amanhã será outro qualquer fenómeno. E a atividade tem de seguir em frente. Há que estar atento à necessidade de ir contornando as dificuldades que nos colocam”.
Referiu ainda que todos “preparam os destinos para o momento de reativação”, que entende ser “uma prioridade de todos os destinos turísticos, sendo que há uma perceção de que essa reativação se fará muito em função do processo de vacinação das populações”.
Neste âmbito, disse que tem havido um permanentemente contacto com os operadores dos mercados de origem para a Madeira. “E o que notamos é que a tendência que se verificou durante a pandemia, de marcação de viagens e férias muito em cima da hora, começa a conhecer procedimentos diferentes com a marcação de viagens e férias a cinco e a seis meses. Isto revela, claramente, que os viajantes criaram uma expetativa muito grande, relativamente aos processos de vacinação em curso”.