Faz parte do longo historial dos Austin Ten fabricados pela The Austin Motor Co., Ltd., em Inglaterra.
Foram produzidos entre 1932 e1947 e tiveram sucessivas atualizações, onde se regista uma notável no design das carroçarias, mantendo uma cilindrada de 1.125 CC e um motor com 4 cilindros.
Este automóvel, em particular, sendo de 1947, tem a particularidade de ser o último desde tipo, numa longa linhagem.
O proprietário considera que este veículo foi salvo da absoluta degradação por duas vezes.
A primeira vez, e de uma forma que diz ser heroica, foi salvo por Eduardo Jesus, antigo proprietário, que o recuperou por completo, tendo atingido um grau de recuperação ímpar, já que não restou qualquer tipo de parafuso que não tenha sido tocado.
Depois, como tudo o que se gosta também pode ter um fim, foi vendido a um outro proprietário que o usou abundantemente, até que, segundo ele, já tinha dificuldades em o conduzir, pois é um automóvel que exige do condutor redobrados cuidados, não lhe dando o prazer inicial que tinha. Daí o ter negociado com um stand de automóveis, tendo-o trocado por um carro mais atual, um pré-clássico.
Foi ficando nesse stand meses e meses sem que ninguém se atrevesse a levá-lo para casa.
Certo dia, Herberto Mendes passou na montra desse stand e incrédulo diz ter visto um automóvel que bem conhecia a “olhar” para si. Não resistiu e entrou. Nesse dia fez uma proposta de compra que não foi aceite. Ao sair do stand exclamou: “Quando quiserem aceitar a minha proposta telefonem-me!”.
Admite que pensou que na semana seguinte iriam ligar.
Veio para casa com a tristeza de não ter conseguido o que eu já considerava ser um resgate, já que o automóvel estava a degradar-se.
Passado um ano, o telefone tocou. Era do do stand a pedir para passar por lá, o que fez de imediato na esperança de o trazer para casa. Mas a negociação foi dura do que esperava. Envolveu a entrega de um veículo que tinha, mas, foi em frente e resgatou, de uma vez por todas, o seu fantástico Austin Ten.
O Austin 10 é um pequeno berlina de 4 portas lançado em 19 de abril de 1932 pela Austin Motor Company. Foi o melhor em vendas da marca com produção e atualizações até o ano de 1947.
Surgiu como um um complemento da linha entre o Austin Seven, introduzido em 1922, e o Austin Twelve, que recebeu uma atualização em 1931.
O design do carro era conservador com uma carroçaria de aço prensado, construída sobre um chassis de escada, projetado para dar uma altura geral baixa ao carro, diminuindo 7 cm entre os eixos.
A suspensão é de molas semi-elíticas montadas em buchas silenciosas e amortecidas por amortecedores de fricção.
Os travões nas quatro rodas são operados por cabo e haste por pedal ou por alavanca manual no lado oposto da alavanca de velocidade.
Dispõe de um sistema elétrico de 6 volts.
Apenas no primeiro ano, foi feito em 2 versões.
Durante a II guerra mundial o modelo recebeu uma especificação para ser usado pelos militares do Reino Unido, tendo sido feitas modificações nas versões berlina e pickup para se adequarem às necessidades das forças britânicas. Neste período ficaram conhecidos como "Tillies".
Com a paz, em 1945, a fábrica procedeu a uma mudança para a produção civil. Mas, por causa da crise financeira do pós-guerra os carros foram quase todos exportados, com o primeiro chegando aos Estados Unidos da América em julho de 1945.
Em setembro de 1945, os primeiros carros de passageiros produzidos após o fim da II Guerra Mundial para chegar à Suíça foram dois Austin Ten exportados de Inglaterra.
O automóvel continuou em produção em forma de berlina apenas até outubro de 1947 para ser substituído pelo A40.
A van também reapareceu no pós-guerra com um motor ligeiramente maior de 1237 cc.
O Austin Ten antes de ser totalmente recuperado
Ficha Técnica
Ano: 1947
Marca: Austin
Modelo: Fleetmaster
País: Inglaterra
Matrícula: MD-22-18
Motor: 1.125 cc
Caixa de velocidades: 3