O Governo Regional aprovou, esta quinta-feira, a renovação da reserva de cereais. A medida, implementada em outubro de 2022, tem como objetivo atenuar os previsíveis aumentos do preço dos cereais e, consequentemente, dos seus derivados, como a massa ou o pão, devido aos fatores externos perturbadores do mercado, como a guerra na Ucrânia.
O novo contrato, que vigorará por três anos, prevê que o Governo Regional venha a assumir, no final do contrato, um total superior a 2,1 milhões de euros de apoios, verba que pretende garantir que as famílias e as empresas madeirenses e porto-santenses não tenham de suportar os encargos de uma forma direta, reforçando o stock.
Esta medida, que em 2022 representou um apoio de 220 mil euros e cerca de 654 mil euros no ano passado, pretende fazer face ao agravamento de preços do mercado de cereais, devido ao conflito entre a Ucrânia e a Rússia, dois dos maiores produtores de cereais à escala mundial.
A tendência, de acordo com as previsões internacionais, aponta para que os preços das matérias-primas se mantenham elevados e muito acima da média dos últimos cinco anos, razões mais que suficientes para justificar esta medida do Executivo madeirense.
Toda esta conjuntura foi ainda agravada com o bloqueio do transporte marítimo através do Mar Negro, uma consequência também do conflito entre a Rússia e a Ucrânia e que está já a ter repercussões no comércio mundial, onde estão também os cereais.
Os mercados mundiais de matérias-primas alimentares, em particular o milho e o trigo, estão, por toda a conjuntura internacional presente, fortemente marcados por instabilidade e acentuada volatilidade de preços.
De referir ainda que, o aumento dos preços das matérias-primas alimentares reflete-se não apenas no aumento do preço do pão, mas também na carne, ovos e leite, por se tratar de produções dependentes de rações para animais, feitas à base de milho.