Pesquisar

N.º 48 - Estratégias de Inclusão na Escola

janeiro a junho de 2016 10-06-2018 Direção Regional de Educação
N.º 48 - Estratégias de Inclusão na Escola
Uma Escola “para todos, com todos”
Ouvimos, muitas vezes, a expressão “inclusão”, e é bom lembrar que esta corresponde à nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e assim, ter o privilégio de conviver e partilhar com pessoas diferentes de nós. Neste contexto, a educação inclusiva é o processo de acolhimento de todas as pessoas sem exceções. É atender a todos na escola, promover a sua presença e participação, incorporar a diversidade sem nenhum tipo de distinção e identificar e remover as barreiras à aprendizagem, ou seja, oferecer educação de qualidade para todos, proporcionar percursos de sucesso para todos.
Isto significa fazer com que a Escola se torne aberta às diferenças e competente para trabalhar com todos os seus alunos, sem distinção, pela criação, implementação, desenvolvimento e aprofundamento de “estratégias de inclusão na escola e na sala de aula”, de “práticas inclusivas”, de “tecnologias adaptadas” e de “lideranças pedagógicas que promovem a equidade educativa”. 
É indiscutível que este é um processo, um caminho que o nosso País e a Região estão a percorrer, assumindo, de forma inequívoca, o desafio de garantir uma educação de qualidade para todos e com todos. No entanto, sejamos claros, ainda existe, mesmo em cenário educativo, pessoas que acreditam que o melhor é excluir, manter só em “escolas especiais” os alunos com necessidades educativas especiais.
É verdade, mais do que criar condições para esses alunos, a inclusão é um desafio que implica mudar a escola, refundá-la como um todo, no que diz respeito ao currículo, à avaliação e, principalmente, às atitudes e aos comportamentos. A inclusão não pode ser a simples colocação de alunos com dificuldades e necessidades especiais em escolas que não mudaram nada. É essencial alterar a forma de ensinar para se adequar a novas formas de aprender e à aprendizagem de todos.
Por isso, para que a inclusão se torne realidade em cada escola e em cada sala, o papel e a participação do professor é essencial, sem esquecer todos os outros agentes presentes, pais, professores especializados, funcionários, técnicos, lideranças e alunos, todos têm de desempenhar um papel ativo neste processo inclusivo. E o primeiro passo a dar é a sensibilização, é olhar a educação noutra perspetiva, é romper com os medos e os preconceitos, superando assim, as limitações e os obstáculos existentes. 
As “estratégias de inclusão na escola” não podiam deixar de ocupar, de forma expressiva, este número da Diversidades, pela sua importância e pelo seu caráter emergente, vincando importantes questões da atualidade sobre essa realidade, que condiciona o presente e, sobretudo, o futuro de todos nós como pessoas e como cidadãos. De facto, não se muda a escola com um truque de magia, mas a implementação de uma escola de qualidade (excelência), que é igualitária, equitativa, justa e acolhedora para todos e com todos, não é utopia. Precisamos de sistemas educativos e escolas fortes, com recursos, com tempo e trabalho pedagógico para ensinar TODOS os alunos. “Pelo amor às diferenças”, temos a coragem para fazer o que é certo, apesar dos desafios e das barreiras que surgem no caminho. Sendo assim, conseguir a inclusão de todos é um grande desafio. Mas, o objetivo de se ter “escolas para todos, com todos” é importante demais para não aceitar esse desafio!

Marco Gomes
Diretor Regional de Educação

Este sítio utiliza cookies para facilitar a navegação e obter estatísticas de utilização. Poderá consultar a nossa Política de Privacidade aqui.