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N.º 47 - Sucesso Escolar

julho a dezembro de 2015 09-06-2018 Direção Regional de Educação
N.º 47 - Sucesso Escolar

Dando continuidade a este projeto da Revista Diversidades, dedicamos o presente número a uma temática fulcral e essencial a todo o processo educativo. Propomos um itinerário de análise e reflexão sobre o sucesso escolar e a multiplicidade de atores, fatores, contextos, agentes e aspetos que podem tornar-se presentes nesta “busca do sucesso”. Vem de longe esta missão educativa: promover o sucesso escolar, pela formação integral, holística e personalizadora de cada aluno.

Deste modo, “a escola com que tu e eu sonhamos” deve ser uma realidade, um espaço, um momento em que cada criança e jovem possa pensar nos seus sonhos e realizar aquilo que lhe é possível, no ritmo que lhe é possível, em “busca do sucesso” e em “demanda” pela felicidade. Porque cada aluno é único, com os seus próprios sonhos, ritmos, interesses e motivações, a educação e a escola não podem destruir essa pessoa do aluno, a sua identidade, para moldá-la a uma única “forma”.

A educação deve criar as condições possíveis para a experiência da vida, da alegria, da amizade e da felicidade, porque é para isso que vivemos. A escola deve ser um espaço em que isso já acontece, onde existe, de facto, significado e relevância nas aprendizagens dos alunos, relacionadas com o exercício de uma identidade pessoal e social ativa, crítica, informada e reflexiva.

Nesta caminhada, “em busca do sucesso”, encontro na escola uma relação interpessoal entre educadores e alunos. Aqueles sabem mais, e é por isso que são educadores, professores. E uma das suas tarefas primordiais é "seduzir" as crianças para coisas que elas ainda não experimentaram, é apontar para coisas que nunca viram e introduzi-las num mundo desconhecido de literatura, arte, música, natureza, lugares, história, costumes, ciências, matemática. As crianças podem não gostar de tudo (não têm de fazê-lo), mas é importante que os seus horizontes se alarguem.
Este itinerário leva a recordar, nas encruzilhadas da memória, que, excessivas vezes, a preocupação dominante das escolas e dos educadores é apenas dar os programas, entendidos como uma organização lógica de saberes dispostos numa ordem linear que devem ser aprendidos numa velocidade igual, como se todos estivessem numa linha de montagem de uma fábrica. 

Se, como dizia o filósofo, "a primeira tarefa da educação é ensinar a ver", então, neste processo, não se pode perder a liberdade e se esquecer dos sonhos. É necessário o desenvolvimento das potencialidades das crianças no sentido destas saberem viver e conviver no mundo dos ditos "normais" com crianças diferentes e especiais. Esta aprendizagem é mais importante do que qualquer conteúdo de um programa. Assim, promovendo a plena inclusão escolar e social dos alunos, esta educação inclusiva assegura o acesso à aprendizagem e ao sucesso, dotando os alunos de competências facilitadoras da construção do seu projeto de vida, potenciando a sua autonomia e criando soluções empreendedoras coordenadas, que asseguram respostas eficazes e eficientes adaptadas às necessidades de todos.

Assim, no itinerário que se propõe neste número da revista, percebe-se como a “busca do sucesso” se descobre numa escola que pretende mostrar um “mundo novo” em que crianças e adultos convivem como “parceiros” na fascinante experiência de descoberta da realidade e da humanidade.

 

Marco Gomes
Diretor Regional de Educação


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