Na sociedade hodierna, fortemente marcada por várias mutações científicas, tecnológicas e sociais, a qualificação assume-se uma ferramenta fundamental. Torna-se, deste modo, relevante aumentar a qualificação dos cidadãos para que possamos, também, estar mais capacitados para responder às necessidades sociais e aos desafios que surgem, no campo profissional. Na atualidade, o que se aprende ao longo da vida tem um reconhecimento e validade que não existiam no passado. Neste aspeto, foram criados mecanismos e dispositivos de formação que permitem aos adultos reconhecer e validar os conhecimentos adquiridos pela experiência ao longo da vida, nos diversos contextos. Assim, a formação também é concebida como uma forma de valorização e de reforço da autoestima para que todos se sintam integrados na sociedade e ajam como cidadãos ativos, responsáveis, empreendedores, intervenientes e capazes de mobilizar os seus saberes para a construção do seu devir.
De acordo com Ján Figel, Membro da Comissão Europeia responsável pela Educação, Formação, Cultura e Juventude, “A aprendizagem ao longo da vida tornou-se uma necessidade de todos os cidadãos. Precisamos de desenvolver as nossas aptidões e competências ao longo das nossas vidas, não apenas para a nossa realização pessoal e a nossa capacidade de participar ativamente na sociedade em que vivemos, mas também para sermos capazes de ter êxito num mundo laboral em constante mudança” (Quadro de Referência Europeu, 2007, p. 3). Neste âmbito, Clímaco (2005) também entende “a educação e a formação como fator crucial para o futuro da Europa na era do conhecimento, enquanto fator de crescimento económico, de inovação, empregabilidade sustentável e coesão social” (p. 10). Neste pressuposto, o Conselho Europeu de Lisboa, em março de 2000, teve como foco o plano estratégico para 2010, no qual se ambicionava que a Europa se tornasse “na economia mais dinâmica e competitiva do mundo baseada no conhecimento, capaz de garantir um crescimento económico sustentável, com mais e melhores empregos, e com maior coesão social” (Clímaco, 2005, p. 10).
Por conseguinte, os conhecimentos, as competências e as aptidões dos cidadãos europeus são fatores essenciais para a adaptação às novas exigências, para a inovação, produtividade e competitividade da União Europeia, que se pretende integrada no mundo e aberta ao exterior.